Plantas medicinais

Plantas medicinais

sexta-feira, 29 de abril de 2011

ALCAÇUZ


Nome científico
Glycyrrhiza glabra L.

Família
Leguminosas

Nome popular
REGOLIZ, REGALIZ, REGALIZA, PAU-DOCE, RAIZ-DOCE,, PAU-CACHUCHO

Origem
Europa meridional e Oriente. O uso medicinal do alcaçuz é datado dos povos antigos do Egipto, relatado em seus papiros.

Parte usada
Raiz

Propriedades terapêuticas
Antitussígeno, antiúlcera, laxante, anti-histamínico, regulador hormonal, expectorante, laxante

Princípios activos
Glicósidos do grupo das flavonas, saponinas, óleo essencial, taninos, enzimas, glycirrizinina 5 a 10%, goma, sucrose, fitoesteróis, polissacarídeos, cumarinas

Indicações terapêuticas
Conjuntivite, fígado, supra-renais, desequilíbrios hormonais, úlceras pépticas, baço, rins, hepatite, toxinas, difteria, tétano, garganta

Uso Interno
Decocção: Ponha uma colher de chá de raiz num recipiente, junte uma chávena de água e leve ao lume para ferver bem, depois reduza o calor e deixe ferver mais 20 minutos. Filtre e beba desta cocção uma chávena 3 vezes ao dia.
Infusão: deite 50 g de raiz seca num litro de água tépida (sem deixar ferver) durante 5 minutos. Tome uma chávena 4 vezes ao dia.

Uso Externo
Deite 50 g de raiz seca num litro de água tépida (sem deixar ferver) durante 5 minutos. Faz-se lavagens oculares nas conjuntivites, em bochechar a garganta nas faringites e rouquidão.

Efeitos secundários
O emprego de altas doses de alcaçuz pode reter sódio e eliminar potássio, retendo líquidos, causando aumento de pressão sanguínea e dores de cabeça. Portanto usa-se com cuidado em hipertensos. Extractos concentrados em laxantes podem agravar perda de potássio quando o uso é diário e prolongado. Evitar uso em grávidas, hipertensos e doentes renais.

Bibliografia: Nunes, João R., 'Medicina popular -Tratamento pelas plantas medicinais', Litexa Editora, Setembro 1999, Chaves, António J. Leal - “Viva Melhor com as Plantas Medicinais” – Edições Une – 2008, “ Os Remédios da Natureza – Selecções Reader’s Digest.

ALCACHOFRA


Nome científico
Cynara scolymus L.

Família
Compostas

Nome popular
ALCACHOFRA-HORTENSE, ALCACHOFRA-DE-COMER, CARDO-DE-COMER

Origem
Norte de África

Parte usada
Folhas, brácteas (cabeça), raízes

Propriedades terapêuticas
Antiesclerótico, digestiva

Princípios activosCinarina(amargo cristalizável), Ácido cafeico, Pigmentos, Flavonóides(luteol), Glicosídeos, Cinarosídeos, Cinaropectina, Taninos, Inulina, Mucilagens, Pró vitamina A, Vitamina B1, Enzimas

Indicações terapêuticasDoenças das vias biliares e hepáticas, diabetes, icterícia, eczemas, erupções cutâneas, psoríase, anemia, escorbuto, raquitismo, colesterol, hemorróidas, prostatite, uretrite, bronquite asmática, debilidade cardíaca, hepatite, colecistite

Uso InternoDecocção: 30 a 40 g de folhas secas para 1 litro de água a ferver. Ao fim de 10 minutos, filtra-se. Beber uma chávena 3 vezes ao dia, antes das refeições.
Extracto seco: em cápsulas de 50 ou 100 mg, tomam-se 1 ou 2 cápsulas 3 vezes ao dia, antes das refeições. Em cápsulas de 300 mg, toma-se 1 por dia
Infusão: deita-se 50 a 100 g de folhas, caules e raízes para 1 litro de água a ferver. Deixa-se em repouso 5 a 10 minutos. Toma-se 1 chávena 3 vezes por dia antes das refeições.
Sumo fresco: obtém-se das folhas e toma-se 1 chávena às refeições.
Cruas: comer 3 alcachofras cruas em salada, com um pouco de sal e azeite. É bom para curar diarreias.

Efeitos secundáriosNão são conhecidos mas está contra-indicado para alérgicos à alcachofra, quando há obstrução do canal biliar.

Bibliografia: Nunes, João R., 'Medicina popular -Tratamento pelas plantas medicinais', Litexa Editora, Setembro 1999, Chaves, António J. Leal - “Viva Melhor com as Plantas Medicinais” – Edições Une – 2008, “ Os Remédios da Natureza – Selecções Reader’s Digest.

AIPO


Nome científico
Apium graveolens

Família
Apiaceae

Nome popular
SALSA DO MONTE, AIPO DOS CHARCOS, AIPO DOS PANTANOS, AIPO SILVESTRE, AIPO INCULTO

Origem
Médio Oriente

Parte usada
Raízes, sementes e folhas.

Propriedades terapêuticas
Depurativo, diurético, anti-reumático, estimulante, adelgaçante, aperitivo e sudorífico

Princípios activos
Ácidos (glicérico, glicólico, málico, tartárico, cumárico, caféico, ferrúlico, químico, xiquímico), açúcares, apéina e outros flavonóides, cálcio, carboidratos, cumarinas (sesilina, isopimpenelina, apigravina); ferro, fósforo, manitol, niacina, óleo essencial (apiósido, limoneno, sileneno, eudesmol, sedanólido, anidrido sedanônico), pentasonas, sódio, vitaminas A, B1 (tiamina), B2 (kiboflavina ), C (ácido ascórbico).

Indicações terapêuticas
Cálculos renais, edemas, ácido úrico, gota, artritismo, reumatismo, hipertensão, colesterol, obesidade

Uso Interno
Infusão: 20 a 40 g de frutos para 1 litro de água a ferver. Deixa-se repousar 10 minutos e toma-se uma chávena 3 vezes ao dia, após as refeições.
Decocção: 40 g de raiz para 1 água. Deixa-se ferver 15 minutos e toma-se 1 chávena 3 vezes ao dia.
Sumo: Faz-se um sumo de folhas e caules frescos, mistura-se-lhe sumo de limão e toma-se 2 a 3 vezes ao dia
Cru: usa-se em saladas.

Uso Externo
Gargarejos com sumo de aipo e uma ou duas gotas de óleo essencial de aipo ou limão, ajuda a combater a afonia e cura úlceras bucais

Observações
Refeição exclusiva de aipo ou sumo (pode juntar 1 colher de sopa de mel ao sumo), 2 ou 3 vezes por semana, é muito eficaz para ajudar a emagrecer de forma natural e favorece a eliminação de toxinas e permite um bom sono (é um calmante poderoso contra as insónias e agitação nervosa).

Efeitos secundários
A mulher grávida não deve tomar aipo nos primeiros 3 meses, uma vez que pode provocar contracções uterinas e prejudicar a sua gravidez.

Bibliografia: Nunes, João R., 'Medicina popular -Tratamento pelas plantas medicinais', Litexa Editora, Setembro 1999, Chaves, António J. Leal - “Viva Melhor com as Plantas Medicinais” – Edições Une – 2008.

AGRIÃO


Nome científico
Nasturtium officinale

Família
Cruciferae

Nome popular
AGRIÃO-DA-ÁGUA, AGRIÃO-DAS-FONTES

Origem
Europa

Parte usada
O vegetal inteiro

Propriedades terapêuticas
Depurativo, anti-escorbútico, diurético, antidiabético, anti-raquitismo, expectorante, unguento, cicatrizante

Princípios activos
Iodo, ferro, enxofre, fosfatos e vitaminas A, B1; B2, C, e E.

Indicações terapêuticas
Anemia, afecções pulmonares, tosse, bronquite, reumatismo, doenças das vias urinárias

Uso Interno
Sumo: Toma-se meio copo a cada refeição, adoçado com mel, combate a bronquite, tosse e a tuberculose.
Do sumo de agrião, puro ou diluído em água, tomam-se 3 ou 4 colheres de sopa diariamente, para combater a atonia dos órgãos digestivos, raquitismo, calculose renal, enfermidades do fígado e na expectoração dos catarros pulmonares crónicos.
Cru: usa-se em saladas. Temperar com sumo de limão.

Uso Externo
Cataplasmas: tritura-se num almofariz de madeira 100 g de agriões frescos. Embebe-se numa compressa e aplica-se nas zonas afectadas da pele e cobre-se com gaze.
Loção: aplica-se o sumo directamente sobre úlceras para apressar a cicatrização.

Observações
Para eliminar as larvas pequenas que não saíram na lavagem coloca-se de molho em água com sal durante meia hora

Efeitos secundários
Seu uso interno em grandes quantidades pode provocar irritações na mucosa do estômago e nas vias urinárias.
As mulheres grávidas não devem comer grandes quantidades de agrião duma vez, pelo seu possível efeito abortivo

Bibliografia: Nunes, João R., 'Medicina popular -Tratamento pelas plantas medicinais', Litexa Editora, Setembro 1999, Chaves, António J. Leal - “Viva Melhor com as Plantas Medicinais” – Edições Une – 2008.

ACELGA


Nome científico
Beta vulgaris var. cicla

Família
Quenopodiáceas

Nome popular
CELGA

Origem
Europa Central, América do Norte e do Sul

Parte usada
Folhas e caules

Propriedades terapêuticas
Antianémica, digestiva, laxante, depurativa e alcalinizante do sangue.

Princípios activos
Vitaminas A, B1, B2 e C, ferro, cálcio, sódio e potássio.

Indicações terapêuticas
Inflamações viscerais, cistites, hemorróidas e nas doenças de pele acompanhadas de comichão.

Uso Interno
Folhas: podem ser cozidas como espinafres com água ou ao vapor (se regar com sumo de limão, não enegrecem). As folhas tenras podem ser comidas em saladas cruas.
Decocção: 50 gramas de acelgas cortadas em pedaços pequenos fervem num litro de água durante 15 minutos. Coar. Toma-se um copo de manhã e outro à noite para combater as infecções urinárias, a prisão de ventre e as hemorróidas.

Uso Externo
Para o tratamento da pele: pôr uma chávena de água ao lume, mergulhar várias folhas de acelga e deixar ferver lentamente durante 10 minutos. Retirar as folhas, juntar argila verde e amassar tudo muito bem. Aplicar como uma máscara para combater acne e problemas de pele

Efeitos secundários
Não foram relatados quaisquer efeitos secundários nocivos

Bibliografia: Nunes, João R., 'Medicina popular -Tratamento pelas plantas medicinais', Litexa Editora, Setembro 1999, Chaves, António J. Leal - “Viva Melhor com as Plantas Medicinais” – Edições Une – 2008.

AÇAFRÃO


Nome científico
Crocus sativus

Família
Iridáceas

Nome popular
AÇAFRÃO-VERDADEIRO, ERVA-RUIVA, AÇAFLOR (no Algarve)

Origem
É um planta da Índia, introduzida nas Antilhas e Europa por navegadores. Gosta de solos húmidos, ricos e argilosos.

Parte usada
Estigmas

Propriedades terapêuticas
Estimulante, sedativo, antiespasmódico.

Princípios activos
Picrocrocina, safranal, crocina e gentibiose

Indicações terapêuticas
Asma, coqueluche, doenças nervosas, doenças do fígado e da bexiga, calculose renal, regularizador das funções menstruais, aliviar os incómodos da dentição nos bebés e para combater as hemorróidas externas

Uso Interno
Infusão: Oito a dez filamentos de açafrão para uma chávena de água a ferver. Deixa-se repousar 10 minutos, adoça-se com mel e toma-se como sedativo, meia hora antes de deitar. Também se usa no tratamento da calculose renal.
1 a 2 g de açafrão para 1 litro de água a ferver. . Deixa-se repousar e toma-se uma chávena 3 vezes ao dia para tratar a asma, coqueluche, doenças nervosas, doenças do fígado e da bexiga e noutras perturbações mencionadas anteriormente.
Tintura: 5 a 15 gotas diluídas em água, toma-se 3 vezes ao dia para regular a menstruação.
Xarope da dentição: mistura-se 3 g de açafrão, 30 g de tamarindos e faz-se uma infusão concentrada, depois, junta-se 200 g de mel e 100 g de água. Serve para friccionar as gengivas dos bebés para aliviar os incómodos da dentição.

Uso Externo
Utiliza-se uma infusão de 3 g de planta para uma chávena de água, em cataplasmas quentes, para combater as hemorróidas externas.

Efeitos secundários
Um cuidado é importante ter: não tomar mais que 10 gramas por dia (30 estigmas ou quatro colheres de sobremesa) porque esta planta é tóxica em grandes doses, podendo dar alteração no sistema nervoso central e renais, ou provocar abortos.
Não deve ser usado durante a gravidez nem na amamentação.

Observações
Em 1996, cientistas Espanhóis descobriram que o Açafrão inibe o crescimento de células cancerosas em seres humanos, uma propriedade atribuída à crocina. Em 1999 outros estudos demonstraram que também inibe o desenvolvimento do cancro do cólon

Bibliografia: Nunes, João R., 'Medicina popular -Tratamento pelas plantas medicinais', Litexa Editora, Setembro 1999, Chaves, António J. Leal - “Viva Melhor com as Plantas Medicinais” – Edições Une – 2008, “ Os Remédios da Natureza – Selecções Reader’s Digest.

ABSINTO


Nome científico
Artemisia absinthium

Família
Asteraceae

Nome popular
LOSNA, LOSNA-MAIOR

Origem
Europa e Ásia

Parte usada
Folhas e flores

Propriedades terapêuticas
Vermífuga, tónico e antitóxico

Princípios activos
Absintina, tuiona.

Indicações terapêuticas
Intoxicação pelo chumbo (pintores, tipógrafo, etc.)

Uso Interno
Maceração: Para eliminar vermes (oxiúrios e áscaris lumbricóides),5 g de folhas e flores para uma chávena de água, fica em repouso durante 8 horas. Tomar em jejum de manhã durante cinco dias seguidos.
Para o fígado e vesícula biliar põe-se 100 g de flores secas num litro de azeite e fica este preparado a repousar durante 1 mês. Toma-se 1 colher de sobremesa deste azeite em jejum e antes do almoço.
Infusão: 10 a 20 g de planta para 1 litro de água a ferver. Deixa-se em repouso 10 minutos e toma-se 1 ou 2 chávenas por dia, se se tiver problemas de má digestão; para mulheres com menstruações dolorosas, tomam-se 2 chávenas por dia na semana anterior à data em que se esperam as regras

Uso Externo
Decocção: 20 g de folhas para 1 litro de água fria, adicione um pouco de sal e leve ao lume para ferver 5 minutos. Retire do lume e deixe em infusão mais 5 minutos. Filtre e adicione mel ou açúcar mascavado. Serve para gargarejos no tratamento de amigdalites. Serve também para lavar feridas e úlceras. Usado como loção no campo serve para afugentar os mosquitos.

Efeitos secundários
Em doses elevadas pode tornar-se neurotóxica e convulsiva. Não se deve fazer uso prolongado desta planta. Não deve ser usado por mulheres grávidas e as que amamentam.

Observações
O Absinto seco colocado em saquinhos de pano evita a traça que geralmente destrói a roupa em guarda-vestidos.
Pode-se borrifar animais domésticos e plantas, que actua como insecticida.

Bibliografia: Chaves, António J. Leal - “Viva Melhor com as Plantas Medicinais” – Edições Une - 2008

ABETO-BRANCO


Nome científico
Abies alba Miller

Família
Pinaceae

Nome popular
ABETO-PRATEADO, PINHEIRO-ALVAR

Origem
Regiões montanhosas da Europa Central e Meridional e nos Pirenéus

Parte usada
Agulhas, resina fresca (terebintina) e gomos

Propriedades terapêuticas
Anti-séptico, expectorante, diurético, balsâmico

Princípios activos
Óleo essencial, terebintina, pró-vitamina A e tanino

Indicações terapêuticas
Pneumonia, asma, bronquite, traqueíte, sinusite, cálculos renais, cistites, feridas, úlceras cutâneas, varizes e frieiras

Uso Interno
Infusão: 30 gramas de gemas para um litro de água a ferver. Deixa-se repousar 10 minutos e toma-se uma chávena 3 vezes ao dia.
Gotas: essência de terebintina, tomam-se 3 a 5 gotas, três vezes ao dia (não exceder esta dosagem)

Uso Externo
Banhos: juntam-se algumas gotas na água do banho, serve para aliviar dores reumáticas.
Banhos de vapor (inalações) estão indicados nos doentes asmáticos

Efeitos secundários
Não se deve utilizar doses excessivas de essência de terebintina em uso interno nem em uso externo, porque pode produzir irritação do sistema nervoso central

Bibliografia: Chaves, António J. Leal - “Viva Melhor com as Plantas Medicinais” – Edições Une - 2008